Além das telas: Quem foi Luís Karimai?
- memoriaskariri
- 17 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Por: Gabriela Lopes e Larissa Mendes
O artista surrealista que registrou a diversidade através de cores e personagens, buscava expor em suas obras uma estética modesta, retratando a simplicidade do cotidiano caririense. Para contar essa história, o repórter Guilherme Carvalho traça um perfil de Luís Karimai, importante artista plástico que nasceu no interior de São Paulo em 25 de janeiro de 1947.

O contato com a cidade de Juazeiro do Norte se deu na década de 70, após ter percorrido algumas cidades do Nordeste com seu amigo e fotógrafo Gilberto Morimitsu. Ao chegar no Cariri encontra um alento nas terras ao redor da Chapada do Araripe. Karimai viu os incontáveis prédios monótonos da grande São Paulo se transformarem em um conjunto de serras embaixo de um céu azul. O silêncio e a vastidão das terras do Cariri entram em contraste com a vida acelerada da cidade grande o fizeram refletir sobre o tempo, a vida e a dimensão do universo. A vinda definitiva para Juazeiro do Norte foi uma oportunidade para conhecer outras culturas e exercer sua profissão como professor de artes.
Com exposições adentrando o Brasil e conquistando o exterior, o nome de Karimai se destacou pela peculiaridade da obra e do artista. No Cariri, o reconhecimento o levou a posse da gestão da Secretaria de Cultura de Juazeiro do Norte, feito que só foi possível após um abaixo-assinado de artistas da região.
Além da influência no campo das artes, Karimai teve um papel fundamental na inserção da doutrina espírita na região do Cariri. Na década de 90, fundou o Grupo Espírita da Fraternidade Irmã Sheilla, situado em Juazeiro do Norte. Karimai consolidou-se como uma das principais vozes ativas de divulgação dos ensinamentos e ideias de Allan Kardec.
A formação de Karimai, tanto como homem quanto como artista, foi marcada por uma forte espiritualidade. No contexto familiar, o artista herdou de seus pais ensinamentos da filosofia oriental. Seu pai, Kenji Karimai, era adepto da crença xintoísta e prezava pelo conhecimento e respeito à natureza. Já sua mãe, Yosh Takahashi Karimai, ensinou aos filhos sobre a consciência física e espiritual através do Budismo.
Após quase 40 anos dedicados à produção artística, Karimai morreu vítima de câncer em julho de 2010, seu legado deixado são as obras que retratam uma infinidade de temas e técnicas diversas, como colagem, aquarela, giz de cera e lápis de cor. Ao fim de sua vida, o projeto Karimais cujo objetivo era catalogar e registrar todo o acervo ganhou força e se transformou no Instituto Karimai liderado por Clara Karimai, Penha Karimai e pela professora Eneide Feitosa. A iniciativa busca manter viva a memória e a trajetória de Luís Karimai pelas terras do Cariri, além de preservar o seu legado na arte e na espiritualidade.
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