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Da roça à avenida

  • Foto do escritor: memoriaskariri
    memoriaskariri
  • 24 de jun. de 2024
  • 2 min de leitura

Por Aline Fiuza


No meio do Centro-Sul cearense, na zona rural do município de Várzea Alegre, pulsa a tradição da Escola de Samba Unidos do Roçado de  Dentro, a primeira agremiação carnavalesca rural do Brasil. A tradição quebra o estereótipo de que o “matuto” não deve sair de sua roça e transformar  a realidade da comunidade.


No ano de 1963, agricultores do sítio Roçado de Dentro resolveram brincar o carnaval. Com rostos pintados e tocando as músicas aprendidas com o mestre Pedro Souza, os agricultores saíram em direção à sede do município.  De início, ficaram conhecidos como ‘Bloco dos Sujos’ e conquistaram a simpatia  do povo. Em 1980, foi formada a primeira diretoria. Desde então , foram adquiridos  novos instrumentos, apresentaram sambas enredo, alas, fantasias e identidade  visual. As mulheres começaram a integrar o grupo. Seguiam atuando na  confecção, nas alas, e na década de 90 conquistam lugar na bateria. A Escola  de Samba possui uma sede no sítio, construída pelo povo, e tem como presidente Maria da Conceição, conhecida por Neném, que tem como seu maior  objetivo agregar a nova geração ao movimento. 

 

Para que o desfile seja perfeito, são realizadas  ações para arrecadação de dinheiro durante o ano, com a ajuda de patrocinadores e da prefeitura. A preparação de figurinos e carros começa com dois meses de antecedência. Nesse processo, toda a população pode participar, garantindo aos moradores  da comunidade uma melhor qualidade de vida, a qual pode ser vista em melhorias nas estradas,  educação musical e computacional, além de acesso à água potável. A organização fortalece a  cultura da cidade fazendo parte das bandas cabaçais, reisados e festejos  juninos. 


Há uma identificação pessoal dos moradores com a escola de samba, que está ligada diretamente à Várzea Alegre. Por meio da participação nesses eventos tradicionais, os saberes populares são transmitidos para as novas gerações, contribuindo para a preservação da identidade local. Com a dedicação dos moradores, o samba irá permanecer nas ruas de Várzea Alegre por muitos anos. 


 
 
 

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