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Democratização da Leitura: Roda de Poesia no Gesso

  • Foto do escritor: memoriaskariri
    memoriaskariri
  • 10 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

Luciana Bessa





O Coletivo Camaradas é uma instituição de cunho marxista que atua, desde o ano de 2007, com Artes (Música, Teatro, Dança e Literatura), no munícipio do Crato-Ce. Dentre os projetos que desenvolve há a “Roda de Poesia no Gesso”, protagonizada por crianças e adolescentes que fazem filas para compartilhar o seu saber poético com a Comunidade do Gesso (Crato-Ce), uma localidade que no passado foi zona de prostituição e de violência.


A poesia, ontem e hoje, revela múltiplas representações, conexões e simbologias. Carregada de significados e de vários recursos estilísticos, como as figuras de linguagem, o ritmo, musicalidade e a sonoridade, para além da subjetividade, é um modo resistência.


A Roda de Poesia é uma ferramenta criada desde o ano de 2013, que ocorre sempre ao entardecer do último domingo de cada mês, para democratizar a Literatura e criar uma comunidade leitora, haja vista que o Coletivo Camaradas defende a arte literária como um direito de todos. Para além da leitura, a poesia é um instrumento para criar uma narrativa de lugar e, dessa forma, desconstruir estereótipos.


As crianças/adolescentes, protagonistas do projeto, têm a oportunidade de ler, conhecer autores locais e, assim estreitar laços, estimular a imaginação, capacidade de abstração e a criatividade, ampliar o repertório linguístico e desenvolver a escrita. É um importante momento de escuta, de partilha e potencialização da palavra, nosso maior instrumento de poder.


Em tempos de COVID-19, a poesia tem sido importante para passar o tempo, para refletir sobre as mazelas sociais, econômicas e políticas que têm tirado nossa paz de espírito nos últimos meses, para lidar com o medo que “esteriliza os abraços” e, sobretudo, para nos humanizar e ampliar nosso processo de fabulação.


Portanto, o trabalho desenvolvido com a Poesia muito além do ato de ler, visa criar laços entre as pessoas da Comunidade do Gesso entre si e entre as pessoas que participam da atividade, despertar o senso crítico, estético e político colaborando para que os sujeitos pensem sobre a realidade em que vivem. Lutar, por meio da palavra, é um modo de resistência e transformação social.


 
 
 

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