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O centro da cidade de Potengi

  • Foto do escritor: memoriaskariri
    memoriaskariri
  • 26 de mai. de 2021
  • 5 min de leitura

Beatriz Oliveira, Vitorino Silva, Júlia Marques, Laryssa Ferraz e Ravena Alves •



A cidade de Potengi está localizada no Cariri cearense e foi fundada em 4 de setembro de 1957. Conhecida como "a cidade que não dorme", devido à grande quantidade de ferreiros, tem uma população estimada em aproximadamente 11 mil habitantes. No âmago da cidade, está a Praça José Alves Batista, palco de lembranças dos moradores e também dos visitantes. Nesta matéria, os estudantes de jornalismo da Universidade Federal do Cariri, relatam suas impressões ao conhecerem a praça em visita a Potengi, realizada em 2018.


Beatriz Oliveira

Por mais insuportável que estava andar pelas ruas, a história de dona Zefinha recarregou nossas energias para a próxima pauta. Então, satisfeitos fomos atrás das praças para contar as histórias sobre as mesmas. Perguntando de pessoa a pessoa não demorou muito até chegar na casa de dona Maria e seu Alcedo Brilhante, tia e sobrinho, que com uma lenta locomoção abriram as portas de sua casa para podermos entrar.


Dona Maria é uma das moradoras mais velhas da cidade, para ser mais exato Potengi nem era cidade ainda desde que os Brilhantes se recordam morar lá. Ao ser perguntado qual era a praça mais antiga da cidade, seu Alcedo se levanta e aponta para ela, contando que trabalhou na construção da mesma, que ia namorar lá na juventude e que sempre ia a shows lá, inclusive um dos mais marcantes foi um do Luiz Gonzaga ao qual contou que lembrava como se fosse hoje Gonzagão chegando com sua sanfona, candeeiros acesos e chinelas sendo arrastadas no chão.


Finalizamos a conversa com Dona Maria e seu Alcedo Brilhante com tigelas preenchidas de doce de banana e logo em seguida um cafezinho. Um sorriso brilhante, os brilhantes tinham e ao ir embora de sua casa nos exigiram mais uma visita a eles. O dia começou com dona Zefinha e finalizou com os Brilhantes, figuras fantásticas de Potengi que abriram a porta de casa para nos contar suas histórias. O dia que dura 24 horas passou rapidamente, nos fazendo levar junto da satisfação que foi ter essa experiência a saudade de pessoas tão encantadoras.


Vitorino Silva

No final da tarde, voltamos para o centro da cidade, realizados. Como já estávamos no centro decidimos focar na principal praça da cidade, que fica em frente a paróquia de são José. Eu e Júlia entramos na Igreja em busca de conversar com algum responsável, buscando descobrir curiosidades sobre a tal praça.


Não encontramos ninguém na Igreja e a partir daí, começamos a procurar de casa em casa moradores antigos que pudessem nos dá informações e compartilhar suas vivências com a praça em questão. Alguns minutos de caminhada no entorno dá praça, percebemos que Beatriz tinha sumido (risos!). A encontramos mais de uma hora depois, toda feliz com a história da praça em mãos. Infelizmente, ela não levou câmera e não fotografou o responsável por nos contar sobre a “diversão da cidade”.


Beatriz encontrou um morador chamado seu Alcedo Brilhante, um assíduo frequentador da praça, hoje com mais de 70 anos, que nos contou, por exemplo, quando o rei do baião fez o show de inauguração desta que foi a primeira praça da cidade! A praça é típica de cidadezinha do interior, tranquila e um pouco vazia por conta do sol do momento. No final das contas, minha equipe cumpriu as duas pautas, descobriu histórias inspiradoras e isso significa que estamos no caminho certo!


Júlia Marques

A praça José Alves Batista teve muitas funções durante a tarde, foi ponto de encontro, lugar para descansar e esperar, para ajustar câmeras, lentes e ISO’s. Um ponto de apoio para muitos de nossos colegas. E para nós, foi local de pesquisa.


Assistida silenciosamente pela Paróquia São José, que cedeu parte de seu terreno para construção do local, a praça serve de ponto de encontro para jovens, base de trabalho para taxistas e moto táxis.


A pracinha cercada de pequenos comércios, não teve uma história fácil de se encontrar, muitos moradores e trabalhadores que vivem nas redondezas não souberam contar muito sobre suas origens. Na Igreja, não havia padre, sacristão ou qualquer representante paroquial que pudesse nos ajudar, os idosos nas calçadas já não podiam nos responder. Foi o bater de porta em botar que nos trouxe alguns resultados.


Uma moradora local, dona Terê cuja a filha adotiva conhecíamos de outros encontros, nos levou a casa de dona Maria e seu Alcedo Brilhante, parentes de outra jovem com quem um dos membros da equipe tinha estudado no ensino médio. Os Brilhantes são uma das famílias mais antigas da cidade, não só acompanharam como fizeram parte da construção e crescimento de Potengi.


O casal nos demonstrou a mesma hospitalidade que dona Zefinha, contando com alegria enquanto distribuem tigelas de doces e copos com água, sobre sua juventude ao redor da praça José Alves Batista. Nesse ponto a hora de voltar ao Crajubar já se aproximava, o que nos abrigou a tornar o encontro mais breve do que gostaríamos.


Deixamos Potengi da mesma pracinha da qual saímos, com muito mais bagagem do que tínhamos pela manhã, um conhecimento maior sobre aquele lugar.


Laryssa Ferraz

A praça José Alves Batista na cidade de Potengi nos recebeu calorosamente e de cara encantou com sua beleza e aconchego. Um grande ponto de encontro da cidade, mesmo que em um primeiro momento o sol estivesse castigante demais para um bate papo ou um descanso. A paróquia de São José localizada em seu espaço também chama a atenção pela simplicidade, porém esplendor. É impossível não ser tomado por um grande sentimento de paz logo ao adentrá-la.


Descobrimos mais tarde a importância da praça na cultura e entretenimento de Potengi. Eventos anuais ocorrem por lá e nela possuem altos falantes em pontos estratégicos para que os visitantes possam ouvir música. Até Luiz Gonzaga já deu um show por lá! Fotografá-la, mesmo que de maneira amadora, apenas com olhos de curiosidade, foi bastante agradável. E sendo o ponto de encontro principal dessa memorável viagem, seja para um descanso ou afetuosas conversas, com certeza será um lugar guardado com muito carinho no coração.


Ravena Alves

Toda praça é vida, em cidades pequenas é lá onde surgem as melhores memórias. Na cidade de Potengi a praça José Alves Batista não é muito grande, mas as sombras de suas árvores foi o nosso local de descanso. A conhecida praça da matriz, no centro da cidade é o local de reunião dos jovens e dos velhos.


Ocupada por esqueletos de cama elástica, faz a imaginação aflorar sobre as noites de Potengi. Quando as luzes são ligadas e as crianças esperam sua vez para brincar, os adolescentes constroem suas memórias e os idosos relembram as suas. Quem nos contou sobre os dias gloriosos que essa praça teve foi dona Maria e seu Alcedo Brilhante.


Construída em 1962, o local é o centro cultural da cidade, até show de Luiz Gonzaga recebeu e desde então todo dia 4 setembro tem festa em sua homenagem. Em 1967 foi sala de aula para alfabetização de jovens e adultos. Como muitas praças do interior teve uma televisão para a população acompanhar as notícias do país e do mundo, ou quem sabe só ver a novela.


Porém como acontece em muitos lugares a praça José Alves está sendo abandonada, a última reforma foi feita em 2002. Aparentemente intacta, a cidade de Potengi é mais um dos lugares do sertão parados no tempo. Espero que a cidade continue lembrando sempre das suas histórias, pois enquanto acreditávamos estar indo para uma cidade fantasma, encontramos uma Potengi em que os moradores estão exaltando sua cultura e seus feitos.


Confira abaixo imagens da praça











 
 
 

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